A Terapia Racional-Emotiva foi criada no final da década de 50, pelo psicólogo americano Albert Ellis e considerada como o “ponta pé inicial” da Terapia Cognitivo-Comportamental. Ela parte do pressuposto que as reações e os comportamentos são produtos não da situação/evento em si, mas sim do modo como o sujeito interpreta tal situação.
A partir dessa ideia central foi desenvolvido o que o fundador dessa psicoterapia chamou de Modelo ABC. Acreditava que todos os dias ocorriam eventos que levavam uma pessoa a observar e interpretar o que está acontecendo com ela. Essas interpretações se transformavam em crenças pessoais que o indivíduo formava a respeito do evento. Essas crenças também incluíam o próprio papel. Depois que uma crença se desenvolvia, a pessoa experimentava uma consequência emocional em função dessa crença.
Para ficar mais claro, vamos exemplificar: se você é acusada injustamente de ter traído seu namorado (A); você pode pensar: “como isso pode estar acontecendo?” “não posso estar passando por isso sem ter provas!” (B); você fica com raiva (C).
O ABC de Ellis tenta mostrar que o evento B é o verdadeiro motivo para que o evento C ocorra e que A não é a causa direta de C. Você não fica com raiva porque é acusada de estar traindo seu namoro; você fica com raiva porque decidiu, em sua crença, que este constrangimento é inadmissível e insuportável para sua própria imagem pessoal e que o mundo jamais deveria permitir ocorrer tal experiência com você.
Ellis afirma também que existem três crenças perturbadoras e irracionais que todos compartilhamos, não importando quão diferentes possam ser cada um. Dentro de cada crença há uma demanda, que pode ser sobre você mesmo, sobre outras pessoas ou sobre o mundo:
- “Eu devo me sair bem em algo que me proponho a fazer, e ganhar a aprovação dos outros, ou eu não sou um indivíduo bom”;
- “Você deve me tratar bem ou não será considerada uma boa pessoa”;
- “O mundo deve me tratar como eu quero, caso contrário é um lugar terrível”
As técnicas utilizadas nessa terapia têm como objetivo principal romper as exigências que o cliente constrói ao longo da vida e que trazem sofrimento; ademais, insta registrar que não é o simples fato do paciente compreender que os seus pensamentos têm influência sobre como sente-se e comporta-se que gerará mudança (ajuda, mas não é suficiente); vai além disso, é preciso muito trabalho duro e prática para que a mudança de fato aconteça.
“Para se ter uma vida emocionalmente saudável, é necessário aceitar sua realidade, mesmo que seja desagradável e cause sofrimento” (Albert Ellis)
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Camilla Medalane: camillamedalane@yahoo.com.br