É inegável o fato de que os pensamentos têm forte influência sobre a forma como nos sentimos e consequentemente como nos comportamos (já diria Aaron Beck, o pai da Terapia Cognitiva) e como esse pressuposto tem sido amplamente estudado pelos pesquisadores e comprovado sua eficácia nos consultórios de psicólogos clínicos. A partir dessa ideia central, Young e colegas ampliaram tal pressuposto e desenvolveram a chamada Terapia do Esquema (1).
A ênfase aqui é maior na investigação das origens infantis e adolescentes dos problemas psicológicos, às técnicas emotivas, à relação terapeuta-paciente e aos estilos desadaptativos (que não são funcionais para o sujeito e trazem sofrimento) de enfrentamento. Ou seja, a terapia do esquema é considerada uma evolução da terapia cognitiva-comportamental, pois tem como foco aprofundar-se na cognição.
A terapia do esquema surgiu como alterativa à terapia cognitiva tradicional, quando observou-se que alguns pacientes “não se encaixavam” ou “não seguiam” os pressupostos básicos desta última. Tais pacientes são considerados mais difíceis de tratar, tais como: transtornos de personalidade, ansiedade e depressão crônicas, problemas difíceis de casal, dificuldades duradouras na manutenção de relacionamentos íntimos satisfatórios e até mesmo aqueles pacientes que não possuem sintomas específicos e que não tem objetivos claros a serem desenvolvidos ao longo do acompanhamento psicológico.
Desse modo, a terapia do esquema ajuda pacientes e terapeutas a entender problemas crônicos e difusos e a organizá-los de maneira compreensível.
O modelo identifica a trajetória desses esquemas desde a infância até o presente, com ênfase particular nos relacionamentos interpessoais do paciente. O terapeuta se alia aos pacientes para lutar contra os esquemas destes, usando estratégias cognitivas, afetivas, comportamentais e interpessoais. Quando os pacientes repetem padrões disfuncionais baseados em seus esquemas, o terapeuta os confronta, empaticamente, com as razões para a mudança.
“É desagregador renunciar a um esquema. O mundo inteiro balança; por isso, a resistência à terapia configura uma forma de autopreservação, uma tentativa de se agarrar à sensação de controle e coerência interior”.
(Young, Klosko & Weshaar, 2008)

 

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Nota:
1-Esquema, em termos gerais, é uma estrutura, uma armação ou uma conformação.

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